Literatura Fantástica nas ondas do rádio




sábado, 23 de janeiro de 2010

Colaboração XII




Entrevista com...
Fábio Ventura, escritor


Foi lançado no início de Setembro o livro de estreia deste jovem escritor nacional. E como eu já o li (vejam a opinião na secção Livro do Mês) e fiquei com vontade de saber mais, decidi fazer algumas perguntas a este jovem autor. Curiosos? Venham comigo!


Carla Ribeiro: Acabas de lançar o teu primeiro livro. Como te sentes?

Fábio Ventura: A sensação é muito difícil de explicar. Quando soube que o livro ia ser publicado, comecei por não acreditar, por achar que não era real. Estava numa fase chata da minha vida e tamanha sorte até me assustou um pouco. Mas agora que já tenho o livro nas mãos, já acalmei um bocado, embora esteja bastante feliz. Deve ser
uma das melhores sensações da nossa vida olhar para o nosso livro nas livrarias e saber que a nossa história vai ser lida por outras pessoas.


C.R.: O que é que te levou a escrever no género fantástico?

F.V.: O fantástico sempre foi o género que mais me cativou e interessou. Desde pequeno que ficava fascinado com as histórias maravilhosas e mirabolantes do género fantástico. Como sempre me identifiquei, decidi escrever também um livro de fantasia. No entanto, e uma vez que é um género que nos dá uma grande liberdade criativa, tentei ser o mais original possível e criar uma história e um mundo só meus, sem grandes influências de outros livros que já li.


C.R.: Quais são os livros/bandas/filmes que mais te inspiram/influenciam?

F.V.: Bem, eu sou daquelas autores que vêem a música como um motor e um elemento muito importante para a escrita. Não sou capaz de escrever sem ouvir música. E aqui destaco bandas como os Evanescence (especialmente este banda, de quem sou fã acérrimo), Paramore, Panic at the Disco, The Killers, etc. que, por alguma razão, me inspiraram imenso quando produzi a história. Não falo de inspiração pelas letras das músicas, mas pela sonoridade em si. Relativamente a livros, não me inspirei em nenhum em específico, embora tenha "bebido" alguma influência na saga do Crepúsculo para criar a história de amor em "Orbias". Quanto a filmes, tive muita inspiração
em toda a estética e surrealismo de verdadeiros artistas como Tim Burton e Hayao Miyazaki. É de salientar também que também me inspirei bastante nas narrativas
dos videojogos nipónicos, nomeadamente de RPG's como Final Fantasy ou dos Anime japoneses, como é o caso de Sailor Moon ou Escaflowne.


C.R.: Como é o teu processo de escrita? Instintivo, planeado...

F.V.: O único planeamento que faço é em relação aos nomes das personagens e locais. E confesso que é o que tenho mais dificuldade quando escrevo, pois tento procurar
nomes com simbolismo, mas que sejam apelativos também. Depois é só ter uma folha ao lado para tirar alguns apontamentos, ligar a música e deixar fluir a história. Costumo dizer que eu sou apenas o canal que as personagens utilizam para contar a
sua própria história. Uma coisa engraçada é que utilizo os meus sonhos como inspiração para escrever, o que acentua o facto de ter uma escrita bastante instintiva.


C.R.: Quais são, em termos literários, os teus planos para o futuro?

F.V.: Os meus planos são...continuar a escrever! Sei que não posso viver da escrita, pelo menos em Portugal. Mas vou tornar a escrita como uma prioridade na minha vida. Adoro criar histórias para os outros. A Casa das Letras e o grupo Leya já mostraram
interesse num segundo volume de "Orbias" e já comecei a escrevê-lo. Mas neste momento já tenho ideias para outro romance que, embora com alguns elementos de fantástico, será mais adulto e dramático.


C.R.: O que julgas que poderia ser feito para melhorar a divulgação dos autores nacionais?

F.V.: Essa é uma questão bastante complicada...Sinceramente, eu não percebo muito bem as estratégias ou critérios das editoras em Portugal. Mas a meu ver, elas preferem apostar fortemente na divulgação de autores estrangeiros porque sabem que fora de Portugal tiveram sucesso junto do público. Uma maior divulgação de autores nacionais comporta sempre um enorme risco porque habitualmente é o próprio público
português que não procura autores portugueses. Mas aqui entra o papel do "autor actual". Porque não o próprio autor fazer uso das ferramentas da Web 2.0 (blog,
videoblog, Twitter, etc.) para divulgar a sua obra? Eu fiz isso com a minha obra, pois sabia que as editoras em Portugal ainda não estão preparadas para uma boa divulgação pela Internet. E até agora tenho sido bem sucedido.

C.R.: Vais continuar a escrever no fantástico? Ou também experimentar outros géneros?

F.V.: Acho que acabei por responder a isso na pergunta 5. O fantástico é o meu género de eleição. Mas gostaria de explorar outros géneros. Não só para não tornar a minha carreira monótona, mas porque queria explorar a minha criatividade e ganhar alguma experiência na escrita.


C.R.: Queres deixar alguma mensagem aos teus leitores?

F.V.: Claro! Queria dizer que estou bastante feliz por poder mostrar-vos a minha história que, embora não seja perfeita, tem muito empenho da minha parte e comporta um grande desejo meu: fazer-vos sonhar. Nunca deixem de sonhar nem de imaginar. Porque mundos fantásticos existem, de facto. E cada um de nós tem o seu.


Texto Original:

Entrevista de Carla Ribeiro e texto original da revista literária online Alterwords - edição 9.
Para saber mais sobre Fábio Ventura acesse o site http://orbias-asguerreirasdadeusa.blogspot.com/

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