Um dos atores brasileiros de maior projeção no exterior, Rodrigo Santoro começou a atuar em novelas e séries de TV, mas logo em seu primeiro longa-metragem, “Bicho de Sete Cabeças” (2001), com roteiro de Luiz Bolognesi e direção de Laís Bodanzky, foi premiado nos principais festivais do país. Após uma pequena participação em “As Panteras: Detonando” (2003), Santoro investiu na carreira internacional e participou de importantes produções, como “300” (2006), “Che” (2008), “Eu te Amo Phillip Morris” (2009) e “O que Esperar Quando Você Está Esperando” (2012). No cinema nacional, Santoro pode ser visto em longas como “Os Desafinados” (2008), “Meu País” (2011), “Heleno” (2012).
ENTREVISTA (contém spoilers do filme):
Como recebeu o convite para participar da animação (‘Uma História de Amor e Fúria’)?
O Luiz Bolognesi e a Laís Bodanzky são família. Comecei minha história no cinema com eles, “Bicho de Sete Cabeças” é um trabalho absolutamente marcante na minha vida e nós ficamos amigos depois disso. Não os vejo o quanto gostaria, mas criamos uma relação de muito carinho e respeito. Quando ele fez o convite para “Uma História de Amor e Fúria”, eu nem li o roteiro e topei porque gostei da ideia e queria voltar a trabalhar com eles. O Luiz me explicou que seria uma participação dando voz a dois antagonistas; um é cacique Tupinambá e o outro, um universitário que se envolve com a guerrilha na época da ditadura.
Como você avalia a experiência de dublar?
Essa é a terceira vez que trabalho com dublagem e cada vez gosto mais do processo porque é divertido, mas, ao mesmo tempo, muito desafiador, já que sua voz é seu único instrumento. Enquanto você está fazendo o trabalho, está se expressando também através do seu corpo, por isso é interessante quando filmam ou quando o próprio animador pode assistir, assim ele pega algumas dicas enquanto o ator está interpretando. Talvez o mais óbvio ao interpretar o cacique Tupinambá fosse fazer uma voz grossa por ele ser um cara grandão e forte, mas acho que o mais importante é você encontrar a humanidade do personagem para aproximar o espectador e não correr o risco de fazer uma caricatura. O 17 Voltar ao Índice - grande desafio de trabalhar com a voz é ter a sutileza e o entendimento de que aquilo precisa transmitir sentimento. Às vezes detalhes pequenos como colocar um silêncio ou uma respiração faz com que o desenho viva.
Dublagem é um trabalho mais solitário do que o de contracenar?
O Luiz me colocou para eu escutar um pouco do trabalho do Selton e da Camila, para que eu entendesse quem eram os personagens, mas não nos encontramos. Cada um faz seu personagem e depois o engenheiro de som faz o diálogo existir. Nesse sentido, é um trabalho solitário, mas você tem a companhia do diretor e dos técnicos. Imagino que para o diretor deva ser muito interessante porque ele trabalha com uma imagem e faz o casamento das vozes com o corpo do personagem, faz aquilo tudo funcionar. Estou cada vez mais interessado em explorar o universo da animação.
Qual foi a impressão que teve ao assistir ao filme pronto?
A primeira vez que vi o filme fiquei muito bem impressionado com tudo: com a qualidade técnica e com a própria história. Segui o casal, viajei na história e, principalmente no final, senti essa história de amor verdadeiro. É um trabalho muito bonito, e une uma série de características do Luiz que conheci, um cara que tem o que dizer. O filme faz uma viagem pela história do Brasil sem ser didático e panfletário, além de levar o espectador a seguir uma história de amor durante séculos. Acho que animação tem o desafio de aproximar o espectador ao desenho.
Existe alguma cena que você goste mais?
Gosto do filme como um todo, mas se tiver que escolher um momento acho que é a parte final, quando o casal está junto antes do voo. É um momento romântico no melhor sentido porque ele atravessou séculos procurando esse grande amor. Também gosto muito da parte dos índios porque sempre fui muito intrigado com essa parte da história do Brasil.
Fonte: Entrevista contida em release.
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MUITO BOM!!!
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