A primeira parte da história iniciada pela autora Ju Lund em em seu romance de estreia [Doce Vampira] ganha continuação nas páginas de 'Alma Vampira'. Dando continuidade aos acontecimentos iniciados no primeiro livro, onde foi apresentado ao leitor uma sociedade de um possível futuro, que ainda parece um pouco com a que temos, mas onde humanos convivem com vampiros. Uma coexistem entre as espécies, mas que ainda está repleta de preconceito. (Leia a resenha de 'Doce Vampira' clicando AQUI.)
O preconceito dos humanos continua forte, não só quanto a interação com outra espécie, como em relação a tudo entre eles mesmo. Se uma pessoa é diferente, pensa por si mesma e/ou não segue os padrões ditados pela sociedade no poder, ela deve ser convencido a não ser diferente, a não pensar e seguir os padrões ditados. Caso contrário, aqueles que seguem o que é ditado se acharam no direito de retirar do conviveu social que não segue os padrões, se acharam no direito de afastar tal pessoa até de suas funções. Porque quem pensa por si, não só incomoda os ditadores de padrões sociais, como podem causar mudanças verdadeiras e acabar com o estilo de vida dos mesmos. E os ditadores de padrões sociais não querem mudanças, querem continuar no poder e para isso precisam fazer as ovelhas que os seguem sem questionar, continuarem a acreditar que ser ovelha é o melhor. Logo quem ouse questionar, deve ter sua moralmente questionado, deve ter o direito de ir e vir roubado, deve ser até torturado ao ponto de aceitar que não pode lutar contra o sistema, pois quem manda nas ovelhas é que está no poder vão sempre se vestir com pele das mesmas, para caminhar entre o rebanho como iguais, fingindo serem o que não são só para devorar aquela ovelha que resolve fazer a diferença.
Uma situação que fica ainda mais clara na trama que dá continuidade a história de Ju Lund. Mesmo sendo uma história romântica, tem muitas questões políticas que fazem o leitor pensar. Há uma crítica social forte contra aqueles que fingem não ser preconceituosos, mas que usam "tradição" e "moral" para deturpar. Que repudiam e ridicularização os que pensam por si e lutam pela liberdade de expressão, não repetindo o que é ditado sem um devido questionamento.
É nesse clima que termina 'Doce Vampira' e que se inicia 'Alma Vampira', mostrando as consequências, que inclui tortura física e mental da protagonista, por causa do forte fanatismo religioso existente.
A jovem humana Duda que além de ter um relacionamento com um ser de outra espécie, ainda se envolve com uma vampira, Esther. Romance entre duas mulheres que enfrenta um preconceito igualmente forte por parte da sociedade.
Amar uma vampira e ainda alguém do mesmo sexo, faz a família de Duda se levar pela ditadura social vigente e privar a filha da liberdade básica, de ir e vir, além de usar métodos de tortura até que a jovem aceitasse ser uma ovelha.
Enquanto Duda é mantida pelos fanáticos, Esther, sem nada o que fazer por ser opção da família da humana, só pode esperar paciente uma chance de rever a amanda.
Quando finalmente Duda é liberada, seu espírito quebrado a deixa em estado de bitolação e confusão, o que revolta Esther que por seu amor, não só fará qualquer coisa, mas também seria capaz de atos extremos.
Os que se denominavam Semeadores, fanáticos religiosos, acabaram com a mente e as memórias de Duda que envolviam Esther, as quais ficam "perdida" no inconsciente da humana. A revolta de Esther pelo que fizeram a sua amada faz a vampira tomar uma decisão que mudaria para sempre suas vidas.
Ju Lund consegue envolver o leitor de forma a criar uma torcida pela luta das heroínas da história e seu complicado amor. A trama em foco é o relacionamento romântico das protagonistas, mas o cenário de caos político envolvendo humanos e vampiros também ajuda no drama e faz pensar.
'Alma Vampira' é uma publicação AVEC que continua a mesclar uma história de amor a questões políticas, que fez a trama ganhar ares de 'Arquivo X'. Assim como 'Doce Vampira' (que ganhou uma nova edição pela AVEC), o segundo romance de Ju Lund é indicado para jovens adultos e adultos em geral, fãs de literatura fantástica. A história também continua o cenário nunca visto na literatura nacional, muito menos na fantástica, ao apresentar um gênero de literatura fantástica novo com a publicação do primeiro, o Queer Chick (conhecido em países como o Japão Yuri/Yaoi), que se trata de um estilos literários inédito no Brasil (na época da publicação de 'Doce Vampira'), que atualmente ganha força e destaque entre as editoras especialisadas e que busca uma literatura mais diversificadas.
Saiba+:
Site Oficial da autora Ju Lund:
www.julund.com.br
Site Oficial da Editora AVEC:
www.aveceditora.com.br/
Outras dicas de livros, leia+: RESENHAS SOBRENATURAIS
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