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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Séries Fantásticas I: Os brasileiros também podem

Seja de TV, cinema ou literatura, uma história criada em partes seja como saga, trilogia ou mesmo uma série de histórias propriamente dita, sempre conseguiu conquistar grandes números de fãs por todo mundo. Nos países de língua inglesa, como os Estados Unidos, há uma verdadeira legião de fãs dessas séries e o Canadá também não fica muito atrás e suas parcerias com os americanos parece ter dados ótimos resultados. Afinal o solo canadense já foi palco de séries de enorme sucesso como 'Arquivo X' e 'Stargate'.

Vendo isso outros países pelo mundo resolveram seguir o exemplo, como a Inglaterra, famosa por sua séries literárias, especialmente fantásticas, como Harrry Potter, atualmente anda investindo mais no audiovisual. Visto não só a própria série de filmes inspirada nos livros do bruxinho de J.K. Rowling, mas em séries de TV como 'The Doctor Who' e 'Being Human'.

No Brasil, por muito tempo insistiram que série não é algo brasileiro, ou que brasileiros não gostam de séries, fosse elas de TV, cinema ou literárias. Baixando uma verdadeira ditadura, que limitava o brasileiro a ver novela, se queria algo com características de nossa terra. Baseados em que eu nunca descobri, mas por muito tempo série era um tabu no meio cultural, mesmo com fãs de séries por todo Brasil.

Infelizmente os produtores, editores e a galera com a grana da nossa cultura pareciam sempre ignorantes a tal tendências (e muitos ainda continuam). Bombardeando nosssa mídia com repetições de novelas, umas regravadas outras simples cópias, onde mudava só o nome dos personagens e a locação (algumas vezes nem isso). Além dos lamentáveis Reality Shows, cópias descaradas de programas estrangeiros, que a uma década polui a TV brasileira, com cenas degradentes e mostrando sempre o pior do nosso povo.

Precisou uma estrangeira para sacudir as coisas por aqui, infelizmente, mas sua chegada na vida dos jovens no Brasil, que desistiam da nossa cultura de vez, passado a buscar no estrangeiro algo que gostavam; foi afinal uma benção. Stephenie Meyer abrir os olhos de muita gente conformada com o rumo da nossa cultura. Gostando da autora ou não. E um fato simples foi comprovado: Os brasileiros deixaram de gostar do que era do Brasil. Mesmo que ainda nos fosse negado o que vinha de fora, já que só depois de 'Harry Potter' que traduções de alguns livros famosos estrangeiros começaram a chegar por aqui, a internet nos dava o que desejávamos.

Tudo realmente mudou, quando os livros e a série cinematográfica da saga 'Crepúsculo', ambientada numa cidadezinha pequena nos Estados Unidos, com vampiros nada convencionais, foi o maior sucesso entre os jovens brasileiros; antes mesmo de ter seus livros traduzidos oficialmente por aqui. Tal "revolução" ficou marcada ainda mais pela referência da autora ao Brasil, que acabou por ter Meyer e sua a saga em terras brasileiras.

Foi então que na busca do prejuízo, os donos do dinheiro começaram a buscar não só por livros de sucesso a serem traduzidos, mas por série deles e, finalmente, os brasileiros teriam a chance de ler livros que muitos não imaginavam que um dia chegariam aqui. Como a série 'Vampire Diaries' de 1991. Claro que a série de TV inspirada na literária deu uma mãozinha.

Séries de TV também tiveram maior destaque em nossas redes esse ano (2010), tanto nas abertas como nas fechadas, e pela primeira vez os brasileiros acompanharam uma série simultaneamente com os fãs gringos, 'True Blood' da HBO. Um canal estrangeiro, que assim como o Disney Channel, vem apoiando produções brasilerias. A HBO inclusive produz séries de TV já faz um tempo, como Mandrake, todas no estilo das inglesas, com poucos episódios. Um grande passo.

No entanto, o maior passo foi dado quando alcançamos as séries literárias e cinematográficas. O melhor ainda estava por vir, pois nesse ano que termina, finalmente, os fãs brasileiros de series tiveram a chance de ter algo com o que se orgulhar.

Primeiro nosso queridíssimo André Vianco foi devidamente reconhecido pela mídia, não é qualquer autor brasileiro que vende mais de 500 mil exemplares (desde o seu primeiro livro, publicado em 2000) e é referência do gênero fantástico no Brasil. ('Sétimo' inclusive ganha um nova edição, com direito a capa nova.) Mesmo que os fãs já soubesse que Vianco é O Cara faz tempo. Agora o autor se prepara para transcender suas crianças da noite das páginas dos livros, as levando para a tela, produzindo o piloto de uma série de TV.

Já no cinema, José Padilha, diretor do despretensioso 'Tropa de Elite', arrastou mais de 11 milhões de brasileiros aos cinemas para ver a sequência de seu filme, o 'Tropa de Elinte 2', e colocou seu personagem, Capitão Nascimento, como o primeiro herói de ação de um filme 100% brasileiros. Porque o gênero pode ser ação, mas o roteiro foi belamente construído de forma a não perdeu o toque dramático e as pitadas de humor cínico, tão presente e familiares a nós brasileiros.

Também chegou aos brasileiros fãs de séries literárias, livros escritos por autores nacionais com promessas de continuação, como 'A Essência do Dragão - Ressurreição' de Andrés Carreiro e 'O Vale dos Anjos - O Torneio dos Céus - Parte I' de Leandro Schulai. Algo praticamente inédito até então... Sei bem o que digo, tem 10 anos que espero a continuação de 'Relações de Sangue' de Martha Argel, o qual foi relançado pela Giz Editorial esse ano e trouxe a esperança perdida de volta. E outros autores ganharam destaque como Raphael Draccon com sua série literaria 'Dragões de Éter', Giulia Moon que conquistou uma continuação para seu livro 'Kaori' e Vivianne Fair que conseguiu ter o primeiro livro da trilogia 'A Caçadora' publicado por uma editora tradicional, pois até então era uma publicação independente. Entre outras boas coisas do ano.

Porém, ao meu ver, o que realmente marcou o ano foi o destaque de dois autores em especial. Eduardo Spohr com seu 'A Batalha do Apocalipse', que levou uma quantidade nunca vista antes de nerds para a Bienal de São Paulo. Galera nerd unida e orgulhosa em peso! Junto com a maior referência nerd do Brasil, o site Jovem Nerd, Spohr se destaca por ir onde nenhum nerd brasilerios jamais pensou em ir... No programa do Jô. E como nerds por natureza são os fãs mais peritos quando o assunto é série, não duvido que a história de Spohr ganhe continuação.

O outro autor, melhor dizendo, autora, que se destacou esse ano foi Nazarethe Fonseca. O primeiro livro da autora, assim como aconteceu com Martha Argel, só anos depois teve a chance de ter a continuação publicada. O primeiro livro de sua saga, 'Alma e Sangue - O Despertar do Vampiro', foi relançado pela Editora Aleph ano passado (2009) e então a tão esperada continuação chegou meses depois só para tirar o sossego dos fãs da autora.

A continuação tão sonhada não trouxe a paz, o segundo livro deu aos fãs um gosto de quero MUITO mais. Com ainda mais ação, intrigas e beijos mordidos que o primeiro livro, 'Alma e Sangue - O Império dos Vampiros' revelou mais de personagens já existentes e apresentou mais algumas criaturas do universo criado por Nazarethe. E Esse ano, a editora Aleph relançou o livro solo da saga, o 'Kara e Kmam', mas com segredos que a versão anterior não possuía. Por fim, mês passado (novembro/2010) chegou as livrarias 'Alma e Sangue - O Pacto dos Vampiros' e com ele uma surpresa. Na capa do livro um aviso mais que bem-vindos, anunciando uma inovação, uma websérie.

Seguindo os moldes da série animada Animatrix (Inspirada no universo cinematográfico da trilogia 'Matrix'.) de acondo com a autora Nazarethe Fonseca, a websérie dará aos fãs de 'Alma e Sangue' um pouco mais dos acontecimentos da saga e não uma reprodução de algo no livro. A websérie também lança um site oficial, que presenteia os fãs com uma série de contos ligados a saga da autora. Assim como a websérie, serão contos que enriqueceram a história.

O trailer da websérie já foi divulgado no site www.almaesangue.com.br e também pode ser visto AQUI no Contos Sobrenaturais. O primeiro episódio tem previsão de lançamento para a primeira quinzena de Janeiro de 2011. A saga de 'Alma e Sangue' é um aventura repleta de ação e doses de sensualidade que agrada leitores de vários tipos e acredito que a websérie, como os contos, não serão diferentes.

Enquanto os fãs esperam para ver Kara Ramos e Jan Kmam em carne, osso e dentes afiados, além do trailer, o site da saga posssui 2 contos que eu recomendo para quem é fã e para quem está curioso quando as histórias de 'Alma e Sangue'. Visite o site e leia os contos inéditos. Também pode saber das novidades no blog da autora dedicado a saga e fazer perguntas diretamente a ela pelo Formspring da Nazarethe ou seu Twitter pessoal.

Os brasileiros também podem e eu, sinceramente, quero muito mais ano que vem.

2 comentários:

  1. Ótimo post, Anny! Disse tudo!! Na verdade os brasileiros sempre 'puderam', os editores que nunca tinham prestado atenção... ;D

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  2. Sim, podemos. Por isso é importante os fãs ajudarem a divulgar seus autores favoritos.

    E outro exemplo são as antologias que já estão virando série, dado ao fato que várias ganharam volume II. Porque nas antologias, podemos ler contos de nosssos autores favoritos e conhecer outros. :)

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