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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Ícone do terror mundial, o cineasta brasileiro José Mojica Marins, morreu hoje aos 83 anos


Morreu hoje (19), aos 83 anos, o cineasta brasileiro José Mojica Marins, mundialmente conhecido por seu marcante personagem Zé do Caixão.

O cineasta morreu em decorrência de uma broncopneumonia, morte confirmada a imprensa brasileira pela filha, a também cineasta Liz Marins.

O velório será no Museu da Imagem e do Som na cidade de São Paulo, onde a família reside, amanhã (20), a partir das 16h, e será aberto aos fãs e público geral.

José Mojica Marins nasceu em uma sexta-feira 13, em março de 1936 e se tornou um ícone do cinema de terror mundial. Porém o gênero terror não foi seu interesse inicial.

O interesse pelo cinema veio do pai, que gerenciava um na Vila Anastácio, zona oeste de São Paulo, o qual presenteou o filho com uma câmera de aniversário ainda jovem.

O presente rendeu uma série de curta-metragens que tinha os garotos do bairro onde morava como elenco. Com set e estúdio improvisado onde consegui, inicialmente elenco e equipe de produção eram pagos através de cotas.

Aproveitando a experiência adquirida pelo trabalho nas produções, o cineasta também deu aulas, não só relacionadas a produção dos filmes em si, mas também de interpretação.

O primeiro longa-metragem foi feito em 1958, um faroeste, gênero mundialmente popular na época, chamado 'A Sina do Aventureiro', que infelizmente não fez o sucesso esperado.

Foi só após um pesadelo que o cineasta se interessaria pelo gênero de terror e ganharia reconhecimento no Brasil e no mundo.

Isso porque, depois de ter um pesadelo dos mais apavorante, ele teve a ideia para o roteiro de 'À meia-noite levantei sua alma', uma história sobre um coveiro de cidadezinha de interior, o qual desprezava a fé alheia. E foi assim que surgiu o personagem Zé do Caixão.

O filme foi lançado em 1963 e surpreendeu nas bilheterias brasileiras da época, se tornando um sucesso apesar de críticas negativas sobre o estranho personagem de capa, cartola e unhas grandes.

Com o sucesso, 'À meia-noite levantei sua alma' abriu um novo horizonte no cinema nacional. Porque além de permitir que o cineasta desse continuidade ao seu trabalho, após pagar todas as dívidas adquiridas durante a produção, logo novas produções do gênero foram cogitadas e em 1965 a continuação do filme chegou aos cinemas brasileiros, produção chamada de 'Esta noite encarnarei seu cadáver', primeiro filme com cenas em cores, novidade na época.

Na década de 1970, tendo que lidar com a ditadura e a dificuldade de conseguir patrocínio, o cineasta fazia filmes como podia, a maioria do próprio bolso e com baixíssimo orçamento.

No entanto sua criatividade não foi contida e na década de 1990, seus filmes chegaram aos Estados Unidos, sendo descoberto pelos amantes de filmes de terror, incluindo de conteúdo sobrenatural.

O sucesso nos Estados Unidos permitiu que Mojica, como ficou conhecido mundialmente, tivesse a chance de fazer um terceiro filme com uma história ligada diretamente aos dois primeiros com Zé do Caixão. Então em 2008, foi realizada as filmagens e o lançamento de 'Encarnação do demônio', terceira parte da história que se tornaria a Trilogia Zé do Caixão.

O cineasta tem em sua filmografia mais de 50 filmes e além de Liz, teve outros 6 filhos. Casou-se 4 vezes, com 12 netos e 1 bisneto.

Leia+: #CinemaSobrenatural
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Fonte: Liz Marins

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