"O amor nunca morre."
O filme 'Drácula de Bram Stoker' (Bram Stoker´s Dracula, 1992), com direção de Francis Ford Coppola e roteiro de James V. Hart, é uma das inúmeras adaptações que o livro do autor ganhou, mas por ser uma das que ficou melhor adaptada em relação a obra de Bram Stoker, que o diretor Francis Ford Coppola e a produção do filme, incluíram o nome do autor no título.
Considerada uma "Ópera de Sangue" por muitos fãs de filmes de vampiro, a história é basicamente a mesma no livro homônimo, onde o inglês Jonathan Harker viaja para terras muito distantes de seu país, para tratar de negócios com um nobre da Transilvânia, o Conde Drácula, o qual pretende fazer uma compra imobiliária com o promissor jovem.
Jonathan é noivo e só pensa em se estabilizar na vida para se casar com sua amada Mina. O que o jovem não imaginava, era que Drácula tem planos tanto para ele, como para a noiva de Jonathan.
Enquanto Jonathan é mantido no castelo, confinado junto de três vampirezas sedentas, Drácula viaja para Londres em busca de Mina e acaba se envolvendo com a melhora amiga dela, Lucy. Sangue, crueldade e paixão, são as principais motivações de Drácula, que faz de tudo para alcançar seus objetivos.
A única diferença que se destaca entre a história do filme e a do livro, é a ligação do Conde Drácula com o príncipe da Válaquia, Vlad Tepes, que não há referência na obra em si.
A fotografia do filme sangra, literalmente, o vermelho está presente por toda parte, além de sangue. Muito sangue. No entanto, há um toque de romantismo quase lírico que não há no livro que é terror puro, o qual destaca a produção de todas as adaptações.
'Drácula de Bram Stoker' também tem uma edição sonora de primeira qualidade, que faz o filme cantar ao público a história. Não é um filme cantado, mas a harmonia visual e sonora da produção é digna de uma verdadeira ópera. Porque em geral os filmes focam apenas na violência de Drácula e todo o caos que ele causa durante a história, mas o diretor deu um pouco de sensibilidade a versão que dirigiu, que o tornou um filme apreciado por quem curte uma boa história de terror e os apaixonados por bons filmes de cinema fantástico.
Em relação ao livro 'Drácula' escrito por Bram Stoker é um livro único, pois até hoje não teve quem fizesse algo igual. Ninguém teve ousadia suficiente para tentar, no máximo se inspirou com o mestre, tamanha a beleza da obra do autor e sua inspiração, quando escreveu a história do infame conde vampiro. Para isso, Stoker não teve pressa, pesquisou por 6 anos até colocar no papel a história propriamente dita. De bibliotecas a notas de nomes de túmulos, tudo foi calculado com a paciência de um mestre jedi.
No texto do livro 'Drácula', o autor não escolheu pela primeira ou terceira pessoa, não queria limitar seu ponto de vista, então há várias visões dos acontecimentos, os quais são narrados por diários e cartas. Indo do diário de viagem de Jonhathan Harker e o terror vivido no castelo de Drácula, junto da três vampirezas, as cartas trocadas entre os personagens.
Uma obra rica em detalhes e diferente de qualquer outra, seja de literatura fantástica ou não, pois torna o leitor parte da história, ao dar-lhe a sensação de revira a intimidade de cada uma das pessoas ali descritas, ao ler seus diários e cartas.
Um exemplo que as boas histórias devem ser contadas da forma que o autor vislumbra e não como a crítica de uma época determina. Não é o gênero ou o estilo que faz de uma história boa ou ruim, é como o autor conecta o leitor ao seu universo. Tanto que o livro de Stoker não foi tão bem recebido na época que foi lançado e sua história só alçou o sucesso muito tempo depois, infelizmente, após sua morte. Curiosamente foram os profissionais do cinema que deram o devido reconhecimento a história de Stoker e graças ao cinema, 'Drácula' ganhou sua primeira e oficial adaptação em 1931 e depois nunca mais deixou de ter sua história contada e recontada. Teve sua fantástica aventura contada no cinema, nos quadrinhos e nos teatros. Virou personagem de game e foi parar na TV tanto com atores reais, como em animações das mais variadas.
Com todas as adaptações, uma coisa é certa, a fantástica obra literária de Bram Stoker, mesmo que tenha ganhado seu reconhecimento tardio; foi, é e ainda será a inspiração de gerações de autores fantásticos que são apaixonados pelas fascinante criaturas da noite. Quem gosta de literatura fantástica de vampiros ou pretende escrever sobre eles, nunca deixará de beber da fonte e esse é o maior dos reconhecimentos que um autor pode ter, a imortalidade de sua obra. Porque ninguém irá lembrar das críticas, só do prazer de ler uma boa história.
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(*)Crítica REVISADA do filme, publicada originalmente na coluna Cinelivros do portais Ju Lund.
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