Na lista de contistas do livro 'VAMPIROS' da AVEC Editora, Nazarethe Fonseca é uma das mais conhecidas por seus personagens vampirescos e a autora cedeu uma entrevista exclusiva ao Contos Sobrenaturais falando do trabalho.
Escritora brasileira com residência na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, mas que nascida em São Luís do Maranhão, Nazarethe Fonseca se destacou pelo estilo peculiar de mesclar histórias de terror sobrenaturais a personagens lascivos e complexos. Usando uma dose perfeita de fantasia e realismo para contar suas histórias, de forma que não só envolve o leitor que acaba apaixonado por seus seres sobrenaturais, também consegue fazer com que durante a leitura "os veja" nas cidades descritas pela autora. Com riqueza de detalhes e descrições bem pesquisadas, suas histórias costumam levar os leitores a uma viagem turísticas pelo Brasil e pelo mundo, sem sair de casa.
Conhecida mais por sua saga vampiresca 'Alma e Sangue', a autora também participou de várias coletâneas e antologias como contista. Entre elas temos a coletânea 'Anjos Rebeldes' (Universo Editorial), coleção 'Amores Proibidos' - volume 1 - Meu Amor é um Vampiro (Eitora Draco) e recentemente lançou o primeiro livro de uma nova série, 'Pandora - Controle Sobrenatural: A Queda' (Giz Editorial). Na 'Coleção Sobrenatural: Vampiros' da AVEC, Nazarethe Fonseca participa com o conto "Olho por Olho".
ENTREVISTA
CONTOS SOBRENATURAIS: Como se envolveu no projeto 'Coleção Sobrenatural: VAMPIROS' e que tipo de história decidiu contar neste primeiro volume?
NAZARETHE FONSECA: Gosto bastante de participar de coletâneas de contos, vejo como um desafio. Algo que dá uma sacodida na rotina. Sem falar no tema, vampiros. Então quando fui convidada pelo Duda Falcão e o Artur, eu aceitei. Sem falar que sairia daquele formato do vampiro “bonzinho”. Gostei do resultado do meu conto, mas quero ainda desenvolver um personagem bem mais cruel.
CS: Quando o assunto é literatura fantástica, a crítica nacional muitas vezes pega mais pesados com os autores, nem sempre com razão, em especial com os brasileiros. Seria falta de uma crítica mais especializada (como ocorre, por exemplo, no cinema fantástico), ou pode ser puro preconceito? Qual sua opinião a respeito?
NF: A meu ver, pode ser um pouco de cada coisa, estou há bastante tempo no ramo e vejo preconceito com o autor nacional, a não existência de uma crítica especializada e imparcial, e literatura nacional não tão boa, mas que pode melhorar. O leitor tem de se aventurar, sair da área de conforto e se surpreender com o autor nacional. O escritor nacional tem de ler muito e tentar sair do lugar comum. A crítica que existe tentar deixar de ser centralizada, oportunista e limitada.
CS: Acha que, mesmo que os brasileiros gostem e muito de histórias fantásticas, especialmente de conteúdo sobrenatural, que a crítica é uma das culpadas da falta de divulgação dos trabalhos nacionais (ao ponto de muitos acharem que não existe literatura fantástica brasileira)?
NF: O público sempre vai gostar de histórias fantásticas de qualidade. Não vejo como insulto. Mas recebo e-mails de leitores que confessam ter lido o meu livro com receio de decepcionariam por ser nacional e que no fim se surpreenderam com literatura de qualidade do nível internacional.
A crítica é limitadora e centralizada. Foca em um dois que estão aparecendo e se esquece de formar o novo autor, ou autores com currículo. Ou simplesmente corre atrás do rabo, sempre divulgando determinados grupos. Depois reclama que não existe literatura de qualidade. Isso não é critica de qualidade é puxa-saquismo. Crítica de qualidade busca bons livros, lê e divulga se forem bons.
CS: Como autor(a) fale um pouco sobre o seu trabalho, tipo de universo ficcional e criação de personagens que mais te interessa da literatura fantástica. Tem um gênero (ação, fantasia, terror...) e/ou conteúdo extra (sobrenatural, erótico...) favorito quando escreve um texto de literatura fantástica?
NF: Gosto de escrever boas histórias, se não fazem sentido para mim, não farão para o leitor. Não tenho dificuldade com gêneros posso ir da ação ao terror, do sobrenatural ao erótico. Tenho preferencia por literatura fantástica. Não gosto de limitar minha escrita ou imaginação. Claro, isso sempre vai significar mais pesquisa ou não. Meu preferido? Fantasia.
CS: Escreve histórias fora da literatura fantástica? Caso a resposta seja sim, pode falar um pouco sobre que tipo e se já tem algo publicado?
NF: Sim, tenho contos e três livros ainda não publicados completamente fora do âmbito fantástico. Policial, romance e contos que tem um toque de Nelson Rodrigues. Acho que os escritores de hoje tem muito a aprender com o Nelson. Ele tem a crueza, a dramaticidade na medida certa.
CS: Já pensou em ter algum de seus personagens no cinema? Qual ou quais, de qual de suas histórias?
NF: Amo cinema. Assisto trailers para decidir o que vou ver. Adoraria ter alguns dos meus personagens na tela do cinema Jan Kmam, Kara, Ariel. Mas na realidade de hoje gostaria de vê-los em uma série para TV ou internet. Gostaria de ver a série 'Alma e Sangue' em filmes, ou série de TV.
Visite o Blog da autora: https://nazarethefonseca.wordpress.com/
Entrevista: Anny Lucard
Nenhum comentário:
Postar um comentário