Literatura Fantástica nas ondas do rádio




segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Um 2013 para mulheres e homens e sem preconceito literário

2012 foi o ano dos questionamentos. Ano dos protestos por direitos iguais de cidadania. Foi o ano da busca pelo respeito de ter uma opinião própria, de ser visto como ser humano pleno, independente de sexo, cor de pele, opção sexual... Aproveito o último dia do ano, para colocar um fim também aos comentários maldoso e agressivos sobre o que é a boa literatura. Para começar 2013 com o espírito renovado.

O programa Contos Sobrenaturais, assim como esse blog, foi criado com a simples função: Divulgar a boa literatura mundial e tudo mais relacionado ao universo das histórias de conteúdo sobrenatural. Divulgando trabalhos nacionais e estrangeiros sem discriminar.


Antes de dizer que não é sobrenatural, por não ser uma história do gênero terror, o melhor é buscar se informar e aprendar o que significa história com conteúdo sobrenatural de gêneros variados. Porque é isso que irá encontrar no Contos Sobrenaturais, o qual também não é um lugar só para os sanguinários vampiros europeus, pois o conceito de seres sobrenaturais é muito amplo... Até mesmo em relação as lendas, mitologias e na literatura fantástica mundial sobre os adorados bebedor de sangue, onde há muitas variações e nomes que os definem. Hoje conhecidos popularmente por vampiros, por causa da adaptação da palavra vampyr, que é somente uma das palavras que surgiram na Europa, para definir seres sobrenaturais que se alimentam de sangue.

Há várias palavras que se referem a bebedor de sangue, algumas mais antigas que a que originou a palavra vampire (traduzida como 'vampiro' ou 'vampira' para o português), em culturas das mais diversar. Porque bebedores de sangue não surgiram na Europa, há lendas sobre tais seres em várias partes do mundo. Assim como há diversos tipos de bebedores de sangue, alguns muito diferentes dos europeus. Porém todos capazes de inspirar textos de autores pelo mundo e criando tipos dos mais curiosos.

O blog tem espaço para todos, desde que incentive à literatura, não apenas um tipo de texto e/ou história. Não há espaço aqui para gente que quer só falar mal, muito menos para aqueles "críticos" com comentários ofensivos, que deixam claro o quanto são preconceituosos. Especialmente os a favor de uma literatura machista que, infelizmente, ainda é forte em nosso país.

Literatura machista? Sim, basta ler algumas críticas que fica clara a preferência por textos masculinos ou de mulheres que seguem o estilo. Também percebe-se isso, ao ler certas críticas de roteiros para o cinema. Porque os filmes aclamados geralmente tem uma produção que deixa a desejar, mas se o roteiro segue o padrão mínimo de história com ponto de vista masculino, então o filme vira "o melhor do ano", mesmo diante de outros com qualidade muito superior.

Ontem mesmo estava vendo 'Star Wars II' na Band (pela milésima vez), quando tive uma "revelação", ao tentar novamente entender os motivos que levam alguns a terem tanta implicância com a trilogia 2 de George Lucas (que eu particularmente nunca entendi)... Então percebi que só podia ser o roteiro com foco no romance de Anakin e Amidala. Porque em relação a produção, qualquer um que faz cinema sabe que a segunda trilogia é muito superior em qualidade que a primeira, por conta dos avanços tecnológicos no cinema. (Tanto que George Lucas fez questão de reeditar os antigos filmes, melhorando-os no que foi possível.)

Logo minha suspeita sobre a crítica machista ficou bem clara, pois, se tinha dúvida, bastou pensar em histórias que atualmente são criticadas (cinema, livro...), de forma até agressiva, pelos críticos. Todas tem foco em romances. Seja a trilogia 2 de 'Star Wars', ou a Saga Crepúsculo, ou mesmo a adaptação para o cinema da série 'Dark Shadows'... Todas as histórias fogem dos padrões masculinos de contar histórias e seguem uma visão mais romântica, comum em textos femininos.

Se isso não é estilo literário machista, não sei que nome teria. Porque os ditos bons textos, sempre são aqueles que possuem temas de preferência masculina.

Tudo bem, cada um tem seu gosto, mas estou realmente cansada de "críticos" querendo dar aula. Porque só constatei nesses comentários de "experts" que o machismo literário (ou cinematográfico...) é real.

Por isso, uma das coisas que farei em 2013 é incentivar mais os textos com foco em outras visões literárias. Claro que não vou deixar de ler histórias escritas por homens, porque boas histórias são boas histórias, não importa o ponto de vista e o Contos Sobrenaturais sempre terá espaço para todos.

Está na hora de repensar padrões, sejam literários, cinematográficos, musicais ou qualquer outro... Especialmente os criados em épocas que as mulheres eram restritas a cozinha e não tinham acesso a informação. Padrões que mesmo após mulheres começarem a escrever, imprimindo uma visão feminina em seus textos (o que ocorreu mais ou menos após a revolução feminina), ainda mantém a ideia romântica do estilo 'Romeu e Julieta' ou 'Otelo'.

Histórias trágicas, onde a mulher sempre possuem um papel restrito ao de santa ou pecadora amaldiçoada. No entanto, ambas sempre vistas como objeto dos desejos masculinos, sem o direito básico de ser parte da humanidade. Sem o direito de ter qualidades e defeitos como os personagens masculinos, de ter opinião ou mesmo o direito a errar...

Por isso, não considero "críticas" textos de quem debocha do direito das autoras de fugir ao padrão machista de escrever romances. De buscarem um final mais feliz do ponto de vista delas... Qual o problema da crítica com os finais felizes?


Aproveito para deixar registrado um pensamento e também um desejo para 2013.

Que parem de considerar a "boa literatura" como algo que só os homens escrevem. Porque mesmo gostando de vários autores clássicos, eu acho vergonhoso ainda ler listas de livros indicados, onde só tem nome homens ou, quando tem alguma mulher, além de ser minoria, é aquela que repete o estilo de textos escritos pelos autores listados.

Já é hora das pessoas, homens e mulheres, reverem os conceitos. Essa mentalidade atrasada de repetir as coisas sem pensar a respeito, dizendo ser "tradição", que faz certas culturas ainda acharem que mulher é menos que um homem ou de tratar um homem que não segue os padrões masculinos, como alguém que deve ser espancado para virar gente... Tradições são boas, desde que funcionem. Quando uma tradição começa a causar transtorno a alguém, gera agressão ou fere o simples direito de ir e vir livremente de uma pessoa, é hora de evoluir e mudar.

Infelizmente é o pensamento equivocado de seguir "tradição" que mantém culturas como a nossa, com as ideias machistas empreginadas na literatura e artes em geral. A repetição de certos conceitos ultrapassados, reforça a ideia errônea que uma mulher nunca fará algo melhor que um homem e que, no máximo, é capaz de copiar bem algo criado por um. E para quem ainda pensa assim, é bom começar a se informar, pois há muita coisa por ai, que são invenções geniais e foram pensadas por mulheres. (Um bom exemplo é o limpador de para-brisa, que permite que o motorista tenha sempre uma boa visão enquanto dirige. Esse dispositivo simple, mas essencial em qualquer automóvel, foi criado por Mary Anderson, uma inventora visionária, a frente de seu tempo. Só que ninguém lembra do nome dela quando se fala de carros.)

Após esse longo post em tom de desabafo, quero desejar a todos os seguidores, ouvintes e parceiros, que apoiam o Projeto Literatura Nas Ondas Do Rádio um Feliz Ano Novo. Que esse novo ano seja da literatura em toda a sua plenitude, menos machista, e mais humana. Uma literatura para homens e mulheres, para aqueles que curte algo mais HOT e para aqueles que gostam das sutilezas do estilo crepusculiano. Para aqueles que querem uma literatura sem preconceitos como os fãs da Queer e, principalmente, para aqueles que querem curtir uma boa história.

(A imagem hoje do Google resume tudo que foi dito nesse post.)

FELIZ 2013!!!

Um comentário:

  1. Estou de pleno acordo contigo.
    Que venha um 2013 livre de todo e qualquer preconceito!

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