CONTOS SOBRENATURAIS: O que inspirou escrever um livro de Literatura Fantástisca?
J.F. DAM-VER: A história do Edgar nasceu, na verdade, durante a minha adolescência. Eu escrevia textos sobre cenas e personagens que surgiam em minha mente. Com o tempo, eu me esqueci daquelas histórias. Recentemente, eu tive de voltar para a casa de meus pais. Foi quando encontrei algumas daquelas anotações (15 anos depois. Acredita?) e me dei conta de que eu as enxergava sob um novo olhar. Eu tinha crescido e, de certa forma a história também. Então eu comecei a refazer aquela trama com a intenção de transformar em livro, que sempre foi minha vontade.
CS: Como foi a criação desse universo ficcional com uma curiosa divisão?
JF: A criação dessa existência dividida se fez necessária para me dar a sensação de fuga mesmo. Eu queria que meu leitor sentisse como se eu o levasse pela mão por passagens secretas onde coisas extraordinárias acontecem o tempo todo. Eu não saberia criar um novo planeta, ou um universo paralelo. Edgar, o protagonista, é uma criança comum; poderia ser qualquer um de nós. Ele não conhecia nada do mundo estriga nem de sua história. As coisas vão se apresentando para ele como uma eterna novidade. Eu queria que isso acontecesse com nós todos enquanto lêssemos a história. Eu queria que o fantástico se mostrasse sedutoramente possível, por isso a divisão.
CS: O livro é claramente a primeira parte de uma história. Seria uma série?
JF: A ideia de transformar a aventura numa série surgiu na última hora. Eu queria que a história acabasse, mas eu não me sentia completo. Como se eu não tivesse cumprido um compromisso secreto que eu não me lembrava de ter assumido. Então eu resolvi que seria bom desenrolar a trama, escrever mais sobre a vida de Edgar, sobre seus amigos, sobre o mundo estriga. Eu queria, num primeiro momento, escrever um único livro bem longo, mas acabei sendo levado por um caminho onde a história se deixava dividir. Então resolvi pular de cabeça e me desafiar a fazer tudo virar uma série.
CS: Como é ser um autor fora do eixo Rio-São Paulo?
JF: Como nunca estive no eixo Rio-São Paulo, não é algo que eu possa dizer que me faz falta. Morar no interior já foi algo capaz de estorvar o desenvolvimento de alguém num passado distante; hoje vivemos num mundo globalizado e conectado. Algumas oportunidades acabam se concentrando nessas grandes cidades, não podemos negar, mas a arte tem espaço para todos.
CS: Quais os planos futuros?
JF: Eu me apaixonei pela escrita. Eu espero poder continuar meu trabalho. É uma forma de arte que tenho para oferecer e quero fazer o que for possível para levá-la às pessoas. Pretendo explorar esse universo ficcional de Edgar por enquanto, mas já tenho planos para diferentes trabalhos futuros. Eu gosto de ficção e minha mente está transbordando ideias estapafúrdias que quero escrever. Meus planos para o futuro próximo é continuar escrevendo aqui mesmo de onde estou.
NOTA: O Contos Sobrenaturais já conferiu o 1° livro lançado de J.F. Dam-Ver, 'Edgar Henoc - A Profecia' e recomenda. (Clicar AQUI para ler a resenha.)
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