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quarta-feira, 25 de julho de 2018

#Entrevista com a autora fantástica [e sereia] #MirellaFerraz


Se achou que a febre das sereias chegou com a estreia de ‘Siren’ no canal Sony, na verdade, aqui no Brasil elas sempre foram queridas, por conta do culto a Yemanjá.

No entanto, o sereísmo ganhou força nos últimos anos graças a pessoas como a autora fantástica brasileira Mirella Ferraz que escreveu os livros ‘Sereias: O Segredo das Águas’ e ‘Quando as Sereias Choram: A Lenda Será Contada’, publicações da editora Novo Século.

A autora também ganhou o título de sereia brasileira e a equipe do Portal Tabula Rasa quiz saber mais sobre essa interessante história de vida de Mirella Ferraz que nos cedeu uma entrevista exclusiva.

Anny Lucard – Como surgiu essa paixão pelas sereias?
Mirella Ferraz – Surgiu praticamente desde que eu nasci. Eu não consigo explicar e nem meus pais conseguem, porque simplesmente desde que me entendo por gente (ou seria sereia?) eu já queria e me sentia uma sereia sem cauda. E sofria muito por causa disso também. Isso, de me sentir sereia, é tão forte em mim, que minha mãe jura de pés juntos que minha primeira palavra dita não foi “mamãe”, nem ‘papai”, foi “Sereia”!. E isso tudo foi antes de qualquer desenho ou filme assistido. Na minha época (eu nasci em 1983) nem o filme “A Pequena Sereia” existia. E desde muito novinha eu já pegava tudo o que estava a meu alcance para tentar fazer minhas próprias caudas: desde cangas, a toalhas de mesa e meias-calças da minha mãe.

AL – Pode falar um pouco desse título de sereia brasileira?
MF – Esse título quem deu primeiramente foi uma revista inglesa, especializada em Sereias e Mitologias (Mermaids & Mithology). Eles fizeram uma matéria comigo em 2012 e me intitularam por A Sereia Brasileira, porque na época eu era a única sereia do Brasil (e isso perdurou por muitos anos, até 2014/2015 quando começaram a surgir mais algumas). Depois da matéria dessa revista, alguns canais de televisão fizeram também matérias comigo utilizando esse título. E tudo foi indo desde então. Tanto matérias em TVs, jornais, sites e revistas, sejam do Brasil ou internacionais, sempre utilizaram essa alcunha pra se referir a mim. Então pegou!

AL – Como foi escrever e lançar o primeiro livro sobre sereias?
MF – Escrever o primeiro livro foi muito fácil pra mim. A história já estava na minha cabeça, até porque, mesmo sendo ficcional, muito dali é autobiográfico; e eu tenho muita facilidade na escrita. Venho de uma família de escritores, poetas e compositores e a literatura sempre esteve no meu caminhar. Publicar foi mais difícil, pois a gente sabe que, infelizmente, as editoras não olham para os autores brasileiros, muito menos para os iniciantes. É uma profissão bastante ingrata aqui no nosso país, e eu percebo que quem luta mesmo pela literatura no Brasil, quem insiste, é porque verdadeiramente ama. Mas quando finalmente consegui publicar meu primeiro livro é uma realização muito grande. Saber que pessoas lerão suas histórias, se emocionarão junto com você, é algo indescritível.

AL – Publicou um segundo livro. As histórias dos livros se ligam, ou cada um tem uma história independente?
MF – Não, as histórias são completamente separadas. Enquanto o primeiro livro é uma história contemporânea e se passa no Brasil, o segundo é um romance histórico, se passa na Era Viking, e aborda outras culturas e outros países.

AL – Pretende lançar novos livros?
MF – Sim, pretendo sim! Estou escrevendo o próximo!

AL – Vai participar da Bienal do Livro de SP desse ano?
MF – Infelizmente não poderei, pois nessa data estarei trabalhando em Florianópolis.

AL – Quais os próximos projetos, vão continuar com foco nas sereias?
MF – Claro, sempre vão continuar. Eu sou uma sereia, não tem como dissociar disso. Meus próximos projetos são não só na área da literatura (com meu novo livro) como também na minha área de atuação como Sereia Profissional. Vou voltar com meu ateliê de caudas, agora juntamente com um talentoso artista e amigo Thiago Sgotti.

NOTA: Essa entrevista foi feita em parceria com o Portal Tabula Rasa.

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